Meu domingo começou de ontem, poderia dizer que foi um dia simples, raro e valioso. Fui dormir tarde dando risadas com minha amiga, acordei com meu amigo vindo me visitar e passou o dia comigo, assisti um filme com amigos, logo depois fui ao shopping com uma das amigas. Tomamos um Milk Shake, paquerei, fizemos compras. Percebi algumas olheiras a mais, tirei fotos, li textos, estou agora escrevendo, o que me deixa muito feliz. Mas descobrir que o desgraçado ainda não saiu da minha cabeça, e quando menos espero me deparo com um texto de Tati Bernardi que fala exatamente o que se passa.
Se implorar resolvesse, não me importaria. De joelhos, no milho, em espinhos, agachada, com o cofrinho aparecendo. Uma loucura qualquer, se ajudasse, eu faria com o maior prazer. Do ridículo ao medo: pularia pelada de bungee jump. Chorar, se desse resultado, eu acabaria com a seca de qualquer Estado, de qualquer espírito.
Mas amor não se pede, imagine só. Ei, seu tonto, será que você não pode me olhar com olhos de devoção porque eu estou aqui quase esmagada com sua presença? Não, não dá pra dizer isso. Ei, seu velho, será que você pode me abraçar como se estivéssemos caindo de uma ponte porque eu estou aqui sem chão com sua presença? Não, você não pode dizer isso. Ei, monstro do lixo, será que você pode me beijar como um beijo de final de filme porque eu estou aqui sem saliva, sem ar, sem vida com a sua presença? Definitivamente, não, melhor não. Amor não se pede, é uma pena.
É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira. É uma pena ter o coração inchado de amar sozinha, olhos inchados de amar sozinha. Um semblante altista de quem constrói sozinho sonhos. Mas você não pode, não, eu sei que dá vontade, mas não dá pra ligar pro desgraçado e dizer: ei, tô sofrendo aqui, vamos parar com essa estupidez de não me amar e vir logo resolver meu problema? Mas amor, minha querida, não se pede, dá raiva, eu sei.
Raiva dele ter tirado o gosto do mousse de chocolate que você amava tanto. Raiva dele fazer você comer cinco mousses de chocolate seguidos pra ver se, em algum momento, o gosto volta. Raiva dele ter tirado as cores bonitas do mundo, a felicidade imensa em ver crianças sorrindo, a graça na bobeira de um cachorro querendo brincar. Ele roubou sua leveza mas, por alguma razão, você está vazia. Mas não dá, nem de brincadeira, pra você ligar pro cara e dizer: ei, a vida é curta pra sofrer, volta, volta, volta. Porque amor, meu amor, não se pede, é triste, eu sei bem.
É triste ver o Sol e não vê-lo se irritar porque seus olhos são claros demais, são tristes as manhãs que prometem mais um dia sem ele, são tristes as noites que cumprem a promessa. É triste respirar sem sentir aquele cheiro que invade e você não olha de lado, aquele cheiro que acalma a busca. Aquele cheiro que dá vontade de transar pro resto da vida.
É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz. Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. É triste lembrar como eu ria com ele. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe.”

Quando termino de ler, um pouco satisfeita e reclamando meio que da vida eu leio esse:

Qual o sentido da vida?

Sabe quando está indo tudo super bem na sua vida? Você tem um trabalho maravilhoso, um companheiro bárbaro, saúde, bolo de chocolate na geladeira e mesmo assim você não se sente feliz? Pois é, eu chamo isso de "Síndrome de Falta de Enxada".
Pelo menos é o que o avô de um amigo costumava dizer quando a gente começava a cavar problema onde não tinha. Ele dizia para carpirmos na terra seca durante algumas horas que isso passava. E ele tinha razão mesmo.
Quando tenho ataques desse tipo (e, acredite, vivo tendo ataques desse tipo, do nada, por motivo nenhum), minha mãe Clarice deixa gravada na minha secretária eletrônica uma frase bem simples: "Não estrague o que você tem, querendo o que você não tem". Pois é, sabedoria de mãe também funciona nesses momentos.
Por que temos que implicar sempre com a felicidade? Por que adoramos flertar com a infelicidade, a reclamação? Por que não vivemos sem transformar minhocas em Anacondas?
Às vezes, acho que a resposta é simples e mais uma vez está relacionada com essa facilidade que temos de não prestar atenção ao presente. Quando não prestamos atenção ao presente, não absorvemos, não curtimos, não sentimos as coisas boas que estão pertinho de nós.
Às vezes, acho que a resposta é mais profunda e está ligada a um eterno questionamento sobre qual o sentido da vida. Será que amor, trabalho, uma dúzia de amigos fantásticos e 5 ou 6 pares de sapatos são o suficiente para que nossa vida tenha um sentido?
Fico dias pensando nessa resposta, me aborreço, aborreço minha família, perturbo meu namorado e, de repente, abro uma revista e está lá, na minha frente, uma frase da Amma (uma guru da Índia que recebe milhares de pessoas do mundo inteiro que vão visitá-la apenas para receber um abraço) que diz: "Devemos ser como velas, emprestando nossa luz para a humanidade".
Aí, relaxo, e me entrego à maravilha do sagrado, do misterioso, do profundo, da compaixão que está além do tesão, das coisas que queremos comprar, dos quilos a mais, das ruguinhas novas, dos amigos que nos traíram, dos homens que nos magoaram, dos prêmios que deixamos de ganhar, do buraco no banco, da tatuagem que borrou...
Gisela Rao, jornalista

E agora o que tenho para falar?
Não tenho nada. Minha vida ta perfeita.


Melhor amigo e ele merece uma foto no meu blog por ser o dia dele. 
Felicidades. 
Te amo² 

Um comentário:

Thairinne Dantas disse...

nossa, muito bom o blog.. adoreii(:

passa no meu...http://www.loucamente-normal.blogspot.com/

ah jah to seguindo aki.. bjus^^